ouvindo: beach boys. sloop john b
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
blogs e tal
há tempos eu procuro um bom blog de notícias. é que... eu admito: não consigo acompanhar noticiários! acho beeem mais legal notícias selecionadas e comentadas pessoalmente. bem, nessa minha busca - ainda não finalizada - encontrei essa matéria, da revista época, com uma seleção de 80 blogs que merecem ser acompanhados.
já selecionei alguns pra futucar. à medida que eles passarem pelo meu crivo (hehe), eu posto aqui. de qualquer forma, fica o link pra quem também quiser futucar...
mas fica a pergunta: alguém quer me indicar o blog de notícias?
ouvindo: zeca pagodinho. saudade louca
sexta-feira, 29 de maio de 2009
ser brotinho
continuando a série "velhas influências"...
paulo mendes campos
Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado: é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse uma tosse de riso irresistível.Ser brotinho é não usar pintura alguma, às vezes, e ficar de cara lambida, os cabelos desarrumados como se ventasse forte, o corpo todo apagado dentro de um vestido tão de propósito sem graça, mas lançando fogo pelos olhos. Ser brotinho é lançar fogo pelos olhos.É viver a tarde inteira, em uma atitude esquemática, a contemplar o teto, só para poder contar depois que ficou a tarde inteira olhando para cima, sem pensar em nada. É passar um dia todo descalça no apartamento da amiga comendo comida de lata e cortar o dedo. Ser brotinho é ainda possuir vitrola própria e perambular pelas ruas do bairro com um ar sonso-vagaroso, abraçada a uma porção de elepês coloridos. É dizer a palavra feia precisamente no instante em que essa palavra se faz imprescindível e tão inteligente e natural. É também falar legal e bárbaro com um timbre tão por cima das vãs agitações humanas, uma inflexão tão certa de que tudo neste mundo passa depressa e não tem a menor importância.Ser brotinho é poder usar óculos como se fosse enfeite, como um adjetivo para o rosto e para o espírito. É esvaziar o sentido das coisas que transbordam de sentido, mas é também dar sentido de repente ao vácuo absoluto. É aguardar com paciência e frieza o momento exato de vingar-se da má amiga. É ter a bolsa cheia de pedacinhos de papel, recados que os anacolutos tornam misteriosos, anotações criptográficas sobre o tributo da natureza feminina, uma cédula de dois cruzeiros com uma sentença hermética escrita a batom, toda uma biografia esparsa que pode ser atirada de súbito ao vento que passa. Ser brotinho é a inclinação do momento.É telefonar muito, estendida no chão. É querer ser rapaz de vez em quando só para vaguear sozinha de madrugada pelas ruas da cidade. Achar muito bonito um homem muito feio; achar tão simpática uma senhora tão antipática. É fumar quase um maço de cigarros na sacada do apartamento, pensando coisas brancas, pretas, vermelhas, amarelas.Ser brotinho é comparar o amigo do pai a um pincel de barba, e a gente vai ver está certo: o amigo do pai parece um pincel de barba. É sentir uma vontade doida de tomar banho de mar de noite e sem roupa, completamente. É ficar eufórica à vista de uma cascata. Falar inglês sem saber verbos irregulares. É ter comprado na feira um vestidinho gozado e bacanérrimo.É ainda ser brotinho chegar em casa ensopada de chuva, úmida camélia, e dizer para a mãe que veio andando devagar para molhar-se mais. É ter saído um dia com uma rosa vermelha na mão, e todo mundo pensou com piedade que ela era uma louca varrida. É ir sempre ao cinema mas com um jeito de quem não espera mais nada desta vida. É ter uma vez bebido dois gins, quatro uísques, cinco taças de champanha e uma de cinzano sem sentir nada, mas ter outra vez bebido só um cálice de vinho do Porto e ter dado um vexame modelo grande. É o dom de falar sobre futebol e política como se o presente fosse passado, e vice-versa.Ser brotinho é atravessar de ponta a ponta o salão da festa com uma indiferença mortal pelas mulheres presentes e ausentes. Ter estudado ballet e desistido, apesar de tantos telefonemas de Madame Saint-Quentin. Ter trazido para casa um gatinho magro que miava de fome e ter aberto uma lata de salmão para o coitado. Mas o bichinho comeu o salmão e morreu. É ficar pasmada no escuro da varanda sem contar para ninguém a miserável traição. Amanhecer chorando, anoitecer dançando. É manter o ritmo na melodia dissonante. Usar o mais caro perfume de blusa grossa e blue-jeans. Ter horror de gente morta, ladrão dentro de casa, fantasmas e baratas. Ter compaixão de um só mendigo entre todos os outros mendigos da Terra. Permanecer apaixonada a eternidade de um mês por um violinista estrangeiro de quinta ordem. Eventualmente, ser brotinho é como se não fosse, sentindo-se quase a cair do galho, de tão amadurecida em todo o seu ser. É fazer marcação cerrada sobre a presunção incomensurável dos homens. Tomar uma pose, ora de soneto moderno, ora de minueto, sem que se dissipe a unidade essencial. É policiar parentes, amigos, mestres e mestras com um ar songamonga de quem nada vê, nada ouve, nada fala.Ser brotinho é adorar. Adorar o impossível. Ser brotinho é detestar. Detestar o possível. É acordar ao meio-dia com uma cara horrível, comer somente e lentamente uma fruta meio verde, e ficar de pijama telefonando até a hora do jantar, e não jantar, e ir devorar um sanduíche americano na esquina, tão estranha é a vida sobre a Terra.
ouvindo: amy winehouse. moody's mood for love
terça-feira, 26 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
mulheres & mulheres
lya luftO assunto já está enjoando, embora a medicina tenha encontrado recentemente novos motivos para as diferenças entre masculino e feminino, ou, como dizem minhas netas gêmeas de 4 anos e seu primo da mesma idade, entre meninos e meninas (para eles o pai, os tios e o avô emprestado são "meninos", enquanto a mãe, as avós e as tias estão na categoria "meninas").Muito de verdadeiro ou de fantasioso se tem dito e escrito sobre a questão da mulher. Fora das culturas em que mulher vale menos do que um animal de tração, uma das lorotas é que ela foi sempre esmagada pelo troglodita brutal, traída pelo sem-vergonha, desprezada pela sociedade cruel. Nem todas. Nem sempre. Basta ler um pouco de história – não a dos livros escolares, mas alguma coisa mais bem documentada – para ver que em todas as épocas houve mulheres realizadas, influentes política e culturalmente. Talvez não tenham sido maioria, mas homens interessantes também não são a maioria.É verdade que mulheres sempre causaram desconforto, ou por sua postura vitimal ou por suspeitas que despertam quando não são bobas. A Igreja queimou milhares como bruxas, porque conheciam ervas medicinais, por serem parteiras, portanto chegadas ao mistério da vida e da morte, outras simplesmente porque de alguma forma não se enquadravam. Acabo de ler uma boa biografia de Joana d Arc, recheada de documentos comprovando a ignorância, a farsa, a brutalidade com que foi processada e queimada viva pela chamada Mãe Igreja. Tinha menos de 20 anos, a pobre moça que em sua aldeia chamavam de Joaninha. Pouco depois resolveram mudar tudo, e recentemente até a declararam santa. Histórias da Inquisição são de vomitar: homens, crianças, velhos e velhinhas, por qualquer motivo, eram vítimas de tortura, sangue e fogueira. Mas as mulheres, ah, essas criaturas que sangram todo mês e não morrem, com orifícios que prometem prazeres inomináveis, certamente têm parte com o Demo, e foram as vítimas preferidas. Antigamente, da Inquisição; agora ainda, em muitos casos, da fogueira do preconceito (também das próprias mulheres, diga-se de passagem).Mas é folclore que fomos sempre submissas e sacrificadas: muitas de nossas doces avozinhas dirigiam a família com olho rápido, língua afiada e pulso firme. Mesmo em séculos passados, a mãe eventualmente detinha um poder invejável. O marido não raro a consultava no secreto do quarto sobre decisões importantes, nas propriedades rurais ela administrava a casa da cidade, fiscalizava o estudo dos filhos, negociava casamentos, cuidava do dinheiro, enquanto o marido e senhor corria com seus peões pelas vastidões do campo atrás do gado.Houve e ainda há as maltratadas, traídas e inferiorizadas. As que não tiveram escolha, submetidas e humilhadas já pela cultura perversa em que nasceram; existem as que se acomodam por interesse, as que se acovardam por serem infantis, e acabam cobrando alto preço aos que com elas convivem. Quanto à traição masculina, muitas mulheres sabem, fingem ignorar, para assim dominarem o trapalhão através da culpa, e ao mesmo tempo serem dispensadas do chatíssimo (para elas...) dever conjugal. "Perdoam" infidelidades maritais, para ter sossego na cama, para não perder o provedor, para manter o status de casada, "para não desmanchar a família" (filhos manipulados como desculpa para coisas atrozes entre os pais).Não, a mulher não foi sempre ou somente a coitadinha. Muitos homens sofrem com a silenciosa ou eloqüente chantagem emocional da mulher, de quem não conseguem se separar por culpa, sentimento de responsabilidade ou mesmo simples fraqueza.Mulher vitimal, se generalizado, é um conceito altamente hipócrita. Existem as maltratadas sem saída, as aviltadas sem socorro, as submetidas sem opção. Mas a maioria de nós nem é santa nem é boazinha e, em lugar de acusar e se queixar, pode lutar com determinação por uma vida mais plena. Isso dependerá de cada uma, de sua personalidade, suas marcas de vida, sua condição familiar, sua informação, sua neurose e sua frustração. Nas proximidades do Dia da Mulher, quero dizer que ela dispensa elogios falsos e louvações consoladoras, porque ela não é vítima por essência, porque na nossa cultura pode construir sua vida e seu destino e escrever sua história, embora com limitações, como todos as têm. Talvez pudéssemos começar não nos pensando em primeiro lugar como "mulheres", mas como pessoas, e como pessoas buscar respeito, espaço, trabalho, tranqüilidade, alegria e amor. Masculino e feminino são secundários à essência "ser humano": vêm depois disso, nessa velhíssima e nem sempre bem contada história da guerra dos sexos.
ouvindo: andre 3000. hey ya!
na verdade
suvaca di prata
a verdade não vem gritando nem faz alarde
não está à venda em seis vezes sem entrada
a verdade não é a grande novidade
não vende marcas de cigarro nem bebida
nem vai abrir em alta dow jones ou nasdaq
a verdade não está capa da playboy
nos relatórios do mi7 ou da cia
a verdade não toca no rádio
não se ouve melhor num sistema 5.1
nem roda bem na versão xp
a verdade não estréia em breve
num cinema perto de você.
a verdade sussurra em silêncio em seus ouvidos
sem aviso prévio
é indivisível, arcana, natural e sem açúcar
toca o coração, toca o espírito
envelhece com dignidade e com celulite
trabalha duro das 9h às 19h
e ganha dois salários por mês
a verdade... a verdade é transmissível pelo beijo
é simples, funciona gravada em mono
escaneada dia e noite nos horizontes dos homens
a verdade está dentro de cada um.
ouvindo: suvaca di prata. na verdade
abre parênteses
o blog está funcionando como um registro do que eu estou curtindo e tal. mas tem umas coisas antigas que eu quero postar, por serem referências importantes para mim. os próximos 2 posts serão sobre isso. fecha parênteses.
ouvindo: marcelo camelo. mais tarde
(sem título)
leminski
retrato de lado
retrato de frente
de mim me faça
ficar diferente
ouvindo: amy winehouse. tears dry on their own
quarta-feira, 20 de maio de 2009
céu. cangote
isso meeesmo!
disco novo da céu!!!
(na verdade, um aperitivo de 4 músicas: o disco inteiro sai depois...)
ouvindo: céu. visgo de jaca
sábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
all you need is love
eu nunca vou esquecer a primeira vez que entendi uma música em inglês.
tinha começado a estudar essa língua, com uns 12-13 anos. um belo dia (adoro histórias que começam assim hihi) estava escutando um disco dos beatles, tipo "as 10 mais", quando tocou "hello, goodbye" e - pimba!- me toquei de que estava entendendo a letra!
emocionante, gente. porque eu estava entendendo outra língua - e não era um diálogo banal do livro do cursinho. era uma música dos beatles! tinha uma letra simples, quem a conhece sabe disso. até eu sabia, na época. mas não era banal, como os diálogos do livro. era bonita!
acho que foi nesse dia que eles me conquistaram de vez. eu fiquei absolutamente maravilhada com a possibilidade de dizer coisas simples e bonitas, ao mesmo tempo.
continuo maravilhada. tanto que essa semana me peguei cantarolando uma outra música deles, também nesse estilo:
there's nothing you can do that can't be done
nothing you can sing that can't be sung
nothing you can say, but you can learn how the play the game
it's easy
there's nothing you can make that can't be made
no one you can save that can't be saved
nothing you can do, but you can learn how to be you in time
it's easy
there's nothing you can know that isn't known
nothing you can see that isn't shown
nowhere you can be that isn't where you're meant to be
it's easy
all you need is love
ouvindo: marcelo camelo. passeando
quinta-feira, 14 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
baile da saudade
aprovado por mim!
mas não vou fazer resenha. tem uma pronta aqui.
errata: o baile acontece no segundo sábado do mês.
ouvindo: vanessa da mata. ilegais
sábado, 9 de maio de 2009
vírus Influenza A/H1N1
achei bacana esses documentos, destinados à classe médica e à população geral.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
justificativa astrológica
sou geminiana.
isso implica em uma necessidade absurda de me comunicar: levar informação, opinião, discussão, beleza, arte e tal.
meu rock não é criar, é divulgar o que já foi criado. porque não adianta conhecer coisas bacanas, se eu não puder compartilhá-las. entendeu?
como eu já disse, essas são características típicas do meu signo solar. achou viagem esse papo de astrologia? pois eu não torço o nariz pro assunto. pelo contrário, sou uma "aspirante a estudiosa" do tema. é claro que eu não vejo lógica alguma. e adianto que não acredito em previsões. mas descrições de personalidade dão certo com uma frequência que - eu desconfio - superam o acaso. (estou desenhando um estudo científico sobre o tema. aguardem minha tese de doutorado!)
ok, não adianta prolongar. aos descrentes, deixo só uma informação: minhas únicas amigas que têm blog são exatamente minhas únicas amigas geminianas - veja aqui e aqui.
vinicius de moraesa mulher de gêmeosnão sabe o que quermas tirante issoé boa mulhera mulher de gêmeosnão sabe o que dizmas tirante issofaz o homem feliza mulher de gêmeosnão sabe o que fazmas por isso mesmoé boa demais...
ouvindo: vanessa da mata. quem irá nos proteger
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pra começar
sob o trópico de câncer
procurando o poema sobre a geminiana (do post acima), achei esta série de poemas do vinicius de moraes, inspirados no câncer. aqui estão dois deles:
II
Cordis sinistra
— Ora pro nobis
Tabis dorsalis
— Ora pro nobis
Marasmus phthisis
— Ora pro nobis
Delirium tremens
— Ora pro nobis
Fluxus cruentum
— Ora pro nobis
Apoplexia parva
— Ora pro nobis
Lues venérea
— Ora pro nobis
Entesia tetanus
— Ora pro nobis
Saltus viti
— Ora pro nobis
Astralis sideratus
— Ora pro nobis
Morbus attonitus
— Ora pro nobis
Mama universalis
— Ora pro nobis
Cholera morbus
— Ora pro nobis
Vomitus cruentus
— Ora pro nobis
Empresma carditis
— Ora pro nobis
Fellis suffusio
— Ora pro nobis
Phallorrhoea virulenta
— Ora pro nobis
Gutta serena
— Ora pro nobis
Angina canina
— Ora pro nobis
Lepra leontina
— Ora pro nobis
Lupus vorax
— Ora pro nobis
Tônus trismus
— Ora pro nobis
Angina pectoria
— Ora pro nobis
Et libera nobis omnia Câncer
— Amém.
III
Há 1 célula em mim que quer respirar e não pode
Há 2 células em mim que querem respirar e não podem
Há 4 células em mim que querem respirar e não podem
Há 16 células em mim que querem respirar e não podem
Há 256 células em mim que quer respirar e não podem
Há 65.536 células em mim que querem respirar e não podem
Há 4.294.967.296 células em mim que quer respirar e não podem
Há 18.446.744.073.709.551.616 células em mim que querem respirar e não podem
Há 340.282.366.920.938.463.374.607.431.768.211.456 células em mim que querem respirar e não podem.
macarrão com linguiça e pimentão
rita lee/arnaldo baptista
Meia xícara de chá de azeite
Duzentas gramas de lingüiça calabresa, ah
Uma cebola picadinha
E um pouco de salsinha
Quatro tomates batidos no liquidificador
Dois pimentões vermelhos
Duas colheres de sopa de massa de tomate
Um tablete de caldo de carne em banho-maria
Maria
Em fogo brando, uh
Maria
E está pronto para servir
O macarrão é caracol
Pouco sal e bem enroladinho
Não se esquecendo do caldo de carne
Em banho-maria
Maria
Em fogo brando, uh
Maria
E está pronto pra você!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
créditos
o nome do blog é uma referência a uma música - e disco homônimo - dos novos baianos, disponível aqui.
a descrição é um poema do mario quintana chamado "as indagações".
a figura me foi enviada pela clarinha, minha amiga. ela não lembra o artista, nem o link, mas ela chegou lá através do poolga.
a descrição é um poema do mario quintana chamado "as indagações".
a figura me foi enviada pela clarinha, minha amiga. ela não lembra o artista, nem o link, mas ela chegou lá através do poolga.
ouvindo: novos baianos. américa tropical
atualização em 14/05/09: tirei a descrição. porque sim.
atualização em 05/09/09: mudei de nome, endereço e layout. porque eu tava cansada.
atualização em 05/09/09: mudei de nome, endereço e layout. porque eu tava cansada.
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