terça-feira, 28 de julho de 2009

pneumotórax

manuel bandeira
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
- Respire.

- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

ouvindo: chico buarque. paratodos

pílula de sabedoria, com chico buarque

existem pessoas com mau caráter nesse mundo. pessoas perigosas. elas exigem que você construa uma barreira, muito bem definida, entre elas e você. elas não costumam deixar que você ultrapasse essa barreira. se isso acontecer, não se engane, elas saberão cobrar. até aqui, fácil. o pulo do gato é também não deixar que elas invadam o seu espaço. não queira ser bonzinho. elas não serão gratas. e invadirão cada vez mais, até que um dia você perceberá que a barreira encolheu. e te sufocou.

e o que o chico buarque tem a ver com isso? uma canção.

Injuriado

Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais
Você me
teria desprezo por fim
Porém não fui tão imprudente
E agora não há
francamente
Motivo pra você me injuriar assim

Dinheiro não lhe
emprestei
Favores nunca lhe fiz
Não alimentei o seu gênio ruim
Você
nada está me devendo
Por isso, meu bem, não entendo
Porque anda agora
falando de mim


ouvindo: chico buarque. homenagem ao malandro

terça-feira, 21 de julho de 2009

afrosambajazz

primeiro é preciso saber o que são os afro-sambas. (santa wikipedia! alguém sabe qual o site mais linkado do mundo? eu voto nesse!)

ok. continuemos:

tem um tempo que eu comecei a ler em vários lugares sobre um disco lançado esse ano, o afrosambajazz, do mario adnet e philippe baden powell (yeah, filho do cara). a idéia foi pegar alguns dos afro-sambas - muitos até desconhecidos - e rearranjá-los de uma forma mais jazzística. entre as várias participações, destaco a mônica salmaso. porque, além da vozquedispensafalação, ela mesma já gravou um disco inteiro de afro-sambas, com o paulo bellinati.

mas voltando ao afrosambajazz... fiquei doida pra baixar esse disco e não consigo de jeito nenhum! mas eis que de repente, não mais que de repente (perdoem-me, não resisti)... descubro que vai ter show aqui em bh!!! isso isso isso!!! palácio das artes, grande teatro, 05 e 06 de agosto, 15 a meia. anotaí. queria colocar o link do palácio, mas parece que o site tá fora do ar. mas eu juro que é verdade! e parece que a mônica salmaso vem junto, o que seria a cereja do bolo, mas eu não garanto.


ouvindo: bob dylan. everything is broken
atualização: link do palácio.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

o amor acaba

paulo mendes campos


O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro
onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva
contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas
o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à
alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema,
como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de
solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia
dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do
colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do
cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços
torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no
elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de
casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se
habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o
amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois
de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado,
às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de
ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos
refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que
desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível
no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos
roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de
nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba;
no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes,
e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma
música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas
vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas
encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra,
e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando
em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu
a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às
vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que
continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às
vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com
doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade;
o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os
lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor
acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor
acaba.

post copiado do blog do alvarenga

sábado, 18 de julho de 2009

tirinha do dia


mais em kioskerman, uma indicação do alexandre inagaki
ouvindo: bob dylan. silvio

sexta-feira, 17 de julho de 2009

brownie da thalita

pra você que passou o icb se deliciando com essa iguaria... ou pra você que nunca teve esse privilégio e só soube da fama... sim: EU TENHO A RECEITA! e divido com vocês, claro.

agradeço à dona da receita, por responder ao meu pedido prontamente, com a gentileza que lhe é peculiar...

eis a transcrição da receita:

BROWNIE

Ingredientes:
1/2 xícara de chocolate dos padres
(você entende né, aquele chocolate em pó que vem em caixinha e que não é
achocolatado)
1 xícara de manteiga ou margarina
2 xícaras de açúcar
1 1/2 de farinha de trigo
2 colheres de chá de baunilha
1/2 colher
de chá de sal
4 ovos

Modo de preparo:
Misture o chocolate, manteiga, e o açúcar, depois adicione a baunilha. Gradualmente adicione os ovos, um por um. Depois misture a farinha e o sal. Coloque no forno médio por mais ou menos 35 minutos.

Manda colocar lasquinhas de chocolate por cima, mas eu faço um
brigadeiro e coloco, fica maravilhoso.

Ah! e sempre vão bem aquelas pitadinhas de amor... hahahaha

ouvindo: bob dylan. just like a woman

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"quando queres algo dos gêmeos..."

assim, entre aspas, porque eu copiei!



todo mundo sabe que eu curto astrologia e pá e tal. só que esse é um site diferente dos que eu conhecia. tem uma "levada" mais artística...

lá eu descobri que caetano tem lua em gêmeos. e o chico também. além de sol, mercúrio, vênus e saturno! tudinho no MEU signo! imagina se eu gostei. e acrescento: sabe o bob dylan? (esse mesmo, dos dois posts anteriores...) também é geminiano!

aiai.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

forever young

bob dylan
may God bless and keep you always,
may your wishes all come true,
may you always do for others
and let others do for you.
may you build a ladder to the stars
and climb on every rung,
may you stay forever young,
forever young, forever young,
may you stay forever young.

may you grow up to be righteous,
may you grow up to be true,
may you always know the truth
and see the lights surrounding you.
may you always be courageous,
stand upright and be strong,
may you stay forever young,
forever young, forever young,
may you stay forever young.

may your hands always be busy,
may your feet always be swift,
may you have a strong foundation
when the winds of changes shift.
may your heart always be joyful,
may your song always be sung,
may you stay forever young,
forever young, forever young,
may you stay forever young.

ouvindo: bob dylan. forever young

segunda-feira, 6 de julho de 2009

post 3 em 1

dica de artista, música e documentário:



porque o bob dylan e eu compartilharmos a mesma angústia.

ouvindo: bob dylan. it ain't me, baby

sexta-feira, 3 de julho de 2009

annie hall

sobre esse filme, 3 considerações:

1) a história da minha vida.

groucho marx
eu nunca pertenceria a um clube que me aceitasse como sócio.

2) o figurino da diane keaton.













esqueça as legendas. atenção para os óculos - a partir de 04:11.

3) o woody allen. ah, o woody allen!...