sábado, 12 de setembro de 2009

só pra reforçar

mario quintana

De uma feita, estava eu sentado sozinho num banco da Praça da Alfândega quando começaram a acontecer coisas incríveis no céu, lá pelas bandas da Casa de Correção: havia tons de chá, que se foram avinhando e se transformaram nuns roxos de insuportável beleza. Insuportável, porque o sentimento de beleza tem de ser compartilhado. Quando me levantei, depois de findo o espetáculo, havia umas moças conhecidas, paradas à esquina da Rua da Ladeira.

— Que crepúsculo fez hoje! — disse-lhes eu, ansioso de comunicação.

— Não, não reparamos em nada — respondeu uma delas. – Nós estávamos aqui esperando o Cezimbra.

E depois ainda dizem que as mulheres não têm senso de abstração...

ouvindo: milton nascimento. tristesse

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